5 curiosidades sobre a corrida espacial
A corrida espacial foi uma batalha entre EUA e União Soviética durante a guerra fria, com o objetivo de ver quem conseguia levar o homem à lua. O estopim se deu em 1957. O Conselho Internacional da Ciência disse que seria o ano da geofísica, para incentivar a cooperação tecnológica entre os dois blocos da Guerra Fria.
O tiro saiu meio que pela culatra. Isso porque os EUA anunciaram que iriam criar um satélite para orbitar a Terra. Os soviéticos levaram aquilo como uma afronta. Então, em outubro de 1957, o Sputnik 1 foi lançado pelos russos ao espaço. Em novembro, o Sputinik 2 levou a cachorrinha Laika para o infinito.
Mas, outros eventos que vão do cômico ao trágico margearam a história da corrida espacial (guerra fria).
Então, a gente escolheu 5 deles para contar pra você.
O último é o mais especial, e você vai amar…
A corrida espacial começou com um bom livro de ficção científica
A corrida espacial nasceu de um sonho. Mas não daquele sonho que surge do nada, como um espasmo. A corrida espacial nasceu do sonho de ver se histórias contadas na ficção científica poderiam ou não se tornar reais.
Por exemplo, o livro Da terra à Lua (1865), de Júlio Verne, foi a maior inspiração do cientista russo Konstantin Tsiolkovisy, considerado o avô da astronáutica. O russo foi o autor dos primeiros trabalhos sobre a possibilidade de uma exploração cósmica.
No livro, um membro de um clube com ex-combatentes da Guerra da Secessão americana, resolve que é a hora de enviar um projétil para a Lua. Para muitos, o francês é um escritor para crianças e adolescentes. Porém, em suas histórias, vemos a intenção do autor em educar o mundo sobre a ciência e a tecnologia.
5 LIVROS PARA ENTENDER A HISTÓRIA DAS FAVELAS
Guerra dos Mundos: um livro inglês, narrado nas rádios dos EUA, que inspirou um alemão
Outro exemplo é o do físico Robert Goddard. Quando adolescente, Goddard era fascinado pela obra A Guerra dos Mundos, de H.G Wells. Este foi o primeiro livro a tratar sobre marcianos invadindo a Terra.
https://www.youtube.com/watch?v=o_k7wCRE2A0
A obra ficou realmente reconhecida quando, na véspera do Halloween de 1938, a CBS transmitiu um drama narrado pelo cineasta e radialista Orson Welles, diretor do aclamado Cidadão Kane e outros longas. Segundo relatos da época, o povo entrou em frenesi, com alguns até acreditando que aquilo era verdade.
Outro ponto interessante é que algumas características da obra podem ser vistas nos filmes e livros de ficção científica até hoje:
- A terra sendo invadida por seres de outro planeta
- Os ETs como seres asquerosos, só se tornando atraentes quando fantasiados de humanos (geralmente mulheres)
- A fixação do homem por Marte (Por que não Vênus que é mais perto?)
- Os marcianos como seres superiores em tecnologia, além de sua frieza, querendo sempre dominar o nosso planeta
Décadas depois de ler o livro, Godard foi o inventor do primeiro foguete movido a combustível líquido. Anos depois, seus trabalhos foram continuados pelo cientista da Alemanha nazista, Werner Von Braun. O alemão foi quem projetou o primeiro foguete balístico da história, chamado de V2, feito durante a Segunda Guerra.
Um nazista ganhou a corrida espacial
Mas a corrida espacial não foi uma briga entre União Soviética x EUA para ver quem chegava primeiro à Lua? O que Hitler tem a ver com isso?
Você deve estar fazendo essas perguntas. Porém, digamos que os americanos e russos tiveram uma ajudinha dos alemães com a Operação PaperClip.
Então, em maio de 1945, Washington enviou um telegrama para mais de 1.000 cientistas alemães. Era o início da Operação PaperClip, que tinha 3 objetivos iniciais:
- Que os alemães ajudassem na rendição do Japão no pós Segunda Guerra (Lembre-se das bombas-atômicas)
- Os EUA queriam as tecnologias para criar novas armas, mas também evitar que eles voltassem a ter as suas próprias armas
- Utilizar o potencial tecnológico e científico dos alemães
O líder da operação era o alemão Werner Von Braun — sim, aquele mesmo que criou o foguete V2. Ele desenvolveu mísseis balísticos para o exército americano. Além disso, também atuou na NASA por 10 anos, coordenando a criação dos foguetes.
Ele foi o responsável pelos foguetes da família Saturn. Dentre eles, um tal de Saturn V, de uma missãozinha chamada Apollo 11. que levou o homem à Lua.
Muito legal esse vídeo sobre a operação Apollo 11
Entretanto, durante muito tempo, a PaperClip foi uma operação confidencial. Ela durou até 1990, chegando a ter 1.600 colaboradores. Outro ponto curioso é que, para a lei, os cientistas alemães eram uma espécie de indenização por danos morais pelos prejuízos causados durante a Segunda Guerra Mundial.
Os animais são os verdadeiros vencedores da corrida espacial
Em terceiro lugar, temos um fato que não pode ser tratado com nenhum sarcasmo, mas sim, com dó e reflexão. Antes de Yuri Gagarin e Neil Armstrong chegarem ao espaço, foram os animais que pagaram um preço alto para o homem chegar à Lua.
Para analisar diversos fatores, como, por exemplo, o desempenho de seres sem gravidade e órbita terrestre ou lançamento, diversos animais foram usados como cobaias durante a corrida espacial.
As moscas da sopa foram enviadas em 1942 para ajudar a ver como o homem lidaria com os efeitos de uma viagem de longa duração. Contudo, apesar de parecerem diferentes de nós, elas são enviadas ao espaço para experimentos até hoje. Isso porque elas têm 75% dos seus genes iguais aos nossos.
Laika: a cachorrinha que durou 5 horas no espaço
Em princípio, os americanos realizaram experimentos com moscas, ratos e macacos. Porém, os russos pensavam que o cachorro poderia sobreviver melhor ao ócio espacial. Além disso, havia uma questão de marketing. Como todos sabemos, é muito mais atrativo ver um cachorrinho fofo com a roupa espacial do que uma mosca ou um rato.
Mas, provavelmente, por tudo o que envolveu a sua curta viagem espacial, um dos animais mais famosos foi a cachorrinha Laika, que decolou em 4 de outubro de 1957. Laika foi o primeiro animal a orbitar na Terra. Entretanto, infelizmente, o voo durou apenas 5 horas, antes dela morrer por estresse e problemas técnicos.
Além disso, a ida de Laika gerou polêmica na época, pois já se sabia que estavam enviando um ser inofensivo com passagem só de ida para o espaço. Porém, para os russos, a missão com o foguete Sputnik 2 foi um baita sucesso.
Os macacos americanos no espaço
Então, em 1942, Albert 1 foi o primeiro macaco que a NASA enviou para o espaço, partindo do Novo México direto para a morte por sufocamento durante o voo. A falta de documentação e relatos sobre o macaco fizeram de Albert 1 um herói da corrida espacial.
Mas, mesmo com a morte, a NASA não desistiu de levar nossos irmãos primatas. Então, logo após a segunda guerra, foi enviado Albert 2, que morreu ao retornar à Terra. No total, 5 macacos chamados Albert foram enviados ao espaço sem voltar com vida.
Bakar foi lançado no espaço em 1959, sendo a primeira primata a voltar com vida para o seu lar. Por fim, Bakar morreu em 1984, com 27 anos, de insuficiência renal.
Na década de 1960, diversos animais foram enviados e voltaram com vida do espaço. A União Soviética enviou répteis, coelhos e ratos. Porém, outra que ficou na história foi a gata Félicette, enviada pela França. Ela é o único gato a viajar para o espaço.
Corrida espacial virou uma guerra entre empresários
Por conseguinte, vamos falar sobre a curiosa virada de chave que a corrida espacial teve nos últimos anos. Isso porque, até então, os governos eram quase que “donos” das corridas espaciais. Empresários ainda não tinham aberto seus cofres para o cosmos. Porém, de uns tempos pra cá, isso mudou completamente de figura.
Segundo matéria do O Globo, de 13 de Junho:
“Agora, a briga é dos bilionários: o americano Jeff Bezos, dono da Amazon, da Blue Origin e da maior fortuna do mundo; o sul-africano Elon Musk, terceiro mais rico e fundador da Tesla e da SpaceX, e Sir Richard Branson, o britânico que detém a Virgin Galactic”.
O leilão de Bezos na nova corrida espacial
Contudo, a briga ganhou novos contornos nos últimos tempos, quando Bezos anunciou que vai ao espaço no primeiro voo tripulado com sua Blue Origin. A viagem será feita com seu irmão Marl, além de uma tripulação profissional, a bordo do foguete New Shepard.
Além disso, o voo terá um terceiro passageiro, que segundo a matéria do jornal carioca:
“Foi objeto de um leilão que mobilizou mais de 6 mil participantes de 143 países, elevando o lance inicial para cerca de US$ 5 milhões, pouco mais de R$ 25 milhões”.
Mas, mesmo com a nova empreitada, o líder da nova corrida espacial continua sendo Elon Musk, empresário sul-africano, dono da Tesla e da SpaceX, que sonha em colonizar Marte.
Além disso, em abril, Musk ganhou uma espécie de “edital” da NASA. Assim, a SpaceX irá coordenar a próxima viagem do homem à Lua, além de receber suporte da NASA para a execução do projeto.
Entretanto, diferente da Guerra Fria, quando o foco era só a Lua, os bilionários têm diferentes ambições na nova corrida espacial. Musk quer colonizar Marte, como podemos ver no documentário Marte, da Netflix. Entretanto, Bezos tem uma paixão maior pela Lua, enquanto Branson sonha em difundir o turismo espacial.
Corrida Espacial x Corrida Social
Então, se os novos bilionários querem fazer a sua corrida espacial, a Gerando Falcões, quer fazer uma Corrida Social. Utilizando ciência de foguete, tecnologia de ponta, network e tudo mais que o homem usou para chegar até à Lua, queremos apenas uma coisa:
COLOCAR A POBREZA DAS FAVELAS NO MUSEU!
Por fim, é nessa missão que entra o nosso novo projeto: o Favela-X.
Afinal de contas, você já parou para pensar em uma coisa:
Pois, se o dinheiro gasto para chegar a Marte fosse investido na pobreza, existiria pobreza?
Mas, em breve, vamos falar mais sobre o Favela-X aqui no blog e em todos os canais da Gerando Falcões:
Então, #tamojunto nessa?
Confira também: o que são ongs