5 preconceitos que assombram a empregabilidade

Empregabilidade é a capacidade de uma pessoa conquistar e manter o seu emprego. Portanto, envolve desde a entrevista, até a hora que o sujeito está sentado na cadeira do escritório por um ano, ouvindo pacientemente seu chefe, sem perder a compostura.

Contudo, sabemos que os currículos não são analisados e avaliados apenas pela formação do indivíduo ou sua postura exemplar em uma entrevista. Como ele se veste, sua árvore genealógica, a cor da sua pele, opção sexual, também são levados em conta – às vezes de maneira até inconsciente -, pelos responsáveis por dar uma vaga de emprego.

empregabilidade

Então, resolvemos mostrar 5 preconceitos que assombram a possibilidade de um cidadão se manter na corda bamba da empregabilidade. Porém, para entendermos o que assombra a empregabilidade, precisamos, em primeiro lugar, compreender o que move ela.

5 conceitos que movem a empregabilidade

Por isso, separamos uma lista com 5 tópicos do autor José Augusto Minarelli, especialista em empregabilidade:

  1. Vocação: Em primeiro lugar, vem o clássico gostar do que faz e fazer o que gosta. É aquele papo de seguir o seu dom e sua vocação. Assim, não adianta pedir para o marceneiro vender eletrodomésticos ou para o perito em eletrônica construir a mesa perfeita. Empregabilidade tem sim a ver com dom.
  2. Competência profissional: Em segundo lugar, você tem que estudar e saber surfar conforme a onda da sua profissão. Mas sempre tentando fazer isso de uma maneira única e própria, para deixar a sua marca e manter a sua empregabilidade.
  3. Ética: Em terceiro lugar, temos o ponto de ter honestidade, respeito e valores. Afinal de contas, ninguém vai manter um mentiroso empregado.
  4. Faça o seu pé de meia: Poupança, cofrinho, pé de meia, fundos ou guardar notas no travesseiro. O que interessa aqui é que, guardando uma verba, você vai poder planejar o seu futuro. Assim, vai poder tomar decisões mais sensatas quanto à sua empregabilidade.
  5. Relacionamentos: Uma boa rede de amigos é fundamental para alcançar uma boa empregabilidade. Porém, existem as relações orgânicas e naturais.

Primeiramente, temos o chefe que você não vai com a cara, mas tem que manter uma boa impressão e ser “amiguinho”. No segundo tópico, temos aquela relação natural e harmoniosa que tem de ser mantida.

Agora que já sabemos um pouco mais sobre empregabilidade, vamos ver os grupos que mais sofrem para mantê-la.

Negros, o racismo estrutural e o emprego

Segundo matéria do portal UOL, racismo estrutural é:

“O termo usado para reforçar o fato de que há sociedades estruturadas com base na discriminação que privilegia algumas raças em detrimento das outras.”.

Então, vemos aí a concepção de racismo estrutural. Ele é  o modo como o negro vem sendo tratado pela sociedade. Isso porque,  desde o seu início, o ser-humano demonstrou  com seus xingamentos, atitudes e discriminação, o quanto o racismo é  algo comum, sem motivos para ser questionado.

 

Segundo pesquisa do IBGE, em 2016, a taxa de desempregados entre negros e pardos girava em torno de 14%, enquanto que os demais ficavam nos 12%. Além disso, a pesquisa mostra que, mesmo quando os negros têm o mesmo nível de escolaridade dos brancos, os salários são 43,2% menores.

Mas também temos a dificuldade dos negros em terem empregabilidade em cargos mais altos. Segundo pesquisa de 2017, pretos e pardos são maioria em setores com remuneração mais baixa: agropecuária (60,8%), construção civil (63%) e serviços domésticos (65,9%).

Porém, para o morador da favela, a questão da empregabilidade fica difícil para todos quando pensamos em deslocamento. É normal que as vagas de emprego deem preferência para quem mora perto do local de trabalho. Assim, é difícil imaginar que o escritório fique só a um ônibus de distância da favela.

Empregabilidade x aparência

Em segundo lugar, vamos tocar em um assunto que envolve vários temas. Poderíamos colocar nesse balaio se o cara usa terno ou a mulher usa vestidos “aceitos” pelo mercado de trabalho. Entretanto, optamos por estéticas que geraram um debate mais recente no mundo da empregabilidade.

Assim, vamos falar sobre o preconceito com as tatuagens, piercings, alargadores e afins. Segundo especialistas, esse é um tema que já superou muitas barreiras quando tratamos de preconceito. Em alguns setores, virou até charmoso ter profissionais com estilos diferentes.

 

 

Porém, em áreas mais rígidas, a empregabilidade ainda entra em risco dependendo do que você faz no seu corpo. Como exemplo, temos as forças armadas que, em seus editais, descrevem como um postulante à carreira militar pode ou não ter uma tatuagem. Ela não deixa que alguém vire militar se tiver, por exemplo, uma tatoo no pescoço.

Entretanto, ela vai contra a lei 9029, de 1995, que relata que nenhum profissional pode ser demitido ou deixar de ser empregado por ser tatuado.

Um travesti tem chance de trabalhar?

Em primeiro lugar, não são apenas os transexuais que sofrem preconceito no universo LGBT; porém, eles têm uma dificuldade ainda maior de ingressar no mercado. Segundo a ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), 90% das travestis e transexuais encontram sua “empregabilidade” na prostituição.

Mas as dificuldades vão além de conseguir o emprego. Em muitos casos, depois de conseguir um lugar no mercado de trabalho, os profissionais encontram a barreira no seu nome social. Assim, a empresa aceita contratar, mas obriga o contratado(a) a permanecer com o nome e gênero que constam na sua certidão de nascimento.

empregabilidade 2

Porém, algumas ações importantes já vêm sendo tomadas para mudar esse cenário. Criado em 2013, O Fórum de Empresas LGTBQ + conta com o apoio de cerca de 100 empresas para dar mais empregabilidade e oportunidade para os profissionais. O projeto é pautado por 10 compromissos que as empresas devem seguir com os empregados.

A mulher e o emprego

Aqui temos uma pegadinha, pois, para muitos, esse já é um tema quase superado. Porém, não é isso o que dizem os números. Segundo matéria do site infomoney, a pandemia e o quadro econômico de 2020 geraram uma piora na empregabilidade, impactando mais as mulheres.

Assim, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), apenas 45,8% das mulheres estão trabalhando. É a menor porcentagem dos últimos 31 anos, já que, em 1990, eram 44,2% de mulheres inseridas no mercado.

Além disso, temos a velha briga salarial. As mulheres no mercado de trabalho continuam recebendo menos do que os seus pares do sexo masculino. Pesquisas recentes apontam que as mulheres em cargos de liderança ganham 23% a menos que os homens. O único cargo onde as mulheres ganham mais é no de assistente, com salário 2% maior.

A pesquisa também mostrou que a disparidade aumenta quando o assunto é o grau de escolaridade. Profissionais com MBA chegam a receber 47%  a menos do que os homens. Já as com ensino fundamental, recebem, em média, 17% a menos no banco.

Leia a matéria completa

Empregabilidade e as doenças ocupacionais

Então, chegamos ao final do nosso blogpost com um tema que, de certa forma, abrange todos os outros: o socioemocional. Timidez, depressão, síndrome do pânico, são tabus para a empregabilidade de muitas pessoas. Às vezes, a própria pessoa não procura emprego por achar que aquilo a impossibilita de trabalhar.

Porém, há um outro aspecto muito importante para a empregabilidade: as emoções para permanecer empregado. Com isso, chegamos às doenças ocupacionais.

Doenças ocupacionais e empregabilidade

Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), as doenças ocupacionais são problemas de saúde que vêm em decorrência do nosso trabalho. Assim, são problemas que afetam a empregabilidade, pois, muitas vezes, tiram a pessoa do seu emprego.

De acordo com a Secretária da Previdência, em 2019, 193,6 mil pessoas foram afastadas  devido a problemas relacionados a acidentes ou doenças de trabalho. Além da depressão, síndrome de Burnout, insônia , ansiedade, os trabalhadores também sofrem muito com problemas pulmonares, coluna, visão, perda parcial ou total da visão, dentre outros.

Empregabilidade na Gerando Falcões

Na Gerando Falcões, estamos preocupados e de olho em todos esses problemas. Por isso, no nosso time interno, pregamos pela pluralidade, trazendo para o nosso quadro todos os tipos de pessoas possíveis. Acreditamos que isso não é um favor, mas sim algo que agrega aos nossos projetos como um todo.

 

Além do nosso time interno, também nos preocupamos com a formação dos jovens das favelas. No nosso post sobre educação socioemocional, você pode conferir mais sobre o nosso plano pedagógico. Aqui, queremos falar o quanto achamos importante preparar o(a) jovem, negre, tatuade, para ter como competir e ser um(a) profissional de destaque.

Confira também: Bazar GF

 

reurbanização

Comentários