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5 fatos da sociedade que demonstram a desigualdade social

A desigualdade social é um processo que permeia as relações dentro da sociedade e como elas foram construídas com o passar dos anos. Assim, temos as questões de raça, gênero, crença e grupo social, como parâmetros que foram formando as bolhas sociais e distanciando grupos de indivíduos e suas condições de vida.

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Neste texto escolhemos 5 fatos da sociedade que demonstram a desigualdade social e ajudam a refletir sobre o nosso papel dentro desse “monstro” criado pelo próprio homem.

1.    Em 10 anos, o número de favelas dobrou no Brasil

O primeiro exemplo para demonstrar a desigualdade social no nosso país é o crescimento do número de favelas. Nos últimos 10 anos, o número saltou de 6.329 favelas em 323 municípios, para 13.151 em 734 cidades. 

O aumento se deu pelo crescimento do número de desempregados no país que, por sua vez, contribuiu para a queda da renda da população.

Em matéria da Folha de São Paulo, Edu Lyra trouxe uma reflexão sobre esse crescimento: “O Brasil está se tornando um país margeado por favelas. O que não podemos é chegar numa situação de não reversão, embora isso não esteja distante”.

diversas casas em favelas espalhadas pelo Brasil

Porém, segundo matéria do uol, entre 2020 e 2025, o número de brasileiros com mais de U$ 1 milhão na carteira vai crescer 29%. Já os ultra-ricos, com patrimônio maior do que U$ 30 milhões, vão crescer 23%, chegando a cerca de 6 mil pessoas.

2.    20 milhões de brasileiros passam fome

Como efeito cascata, o segundo exemplo da desigualdade social no Brasil é a fome. Segundo levantamento da Rede Penssan, cerca de 20 milhões de brasileiros declararam passar 1 dia ou mais sem ter o que comer. 

Assim sendo, é como se no Brasil tivéssemos 1 Chile inteiro sem comida na mesa. Além disso, os dados também mostram que 24,5 milhões não sabem como ou qual vai ser a sua próxima refeição. 

crianças se alimentando

Outro ponto preocupante é o aumento da qualidade do alimento consumido. Segundo pesquisa do Instituto de Defesa do Consumidor, a pandemia fez crescer o consumo de alimentos ultraprocessados e baratos. Então, temos, além da fome, o aumento no consumo de alimentos que fazem mal à saúde.

Em contrapartida, neste ano, o Brasil esteve na lista do Oscar da culinária. No The Words 50 best Restaurants, um restaurante de São Paulo ficou entre os 20 melhores do mundo. O prêmio é dado pela revista britânica Gourmet, baseado na análise de chefs, críticos e demais profissionais da área gastronômica.

3.   Desigualdade social, desemprego e subemprego

Em terceiro lugar, temos os 14 milhões de desempregados. Porém, também temos dentro dessa parcela os subempregados, modalidade que vem ganhando força com o desemprego, além do desespero dos moradores da ponta para ter uma vida digna.

Os subempregos deixaram de ser apenas os “bicos”. Com as mudanças na legislação trabalhista desde o governo Dilma, eles passaram a ser um fato que demonstra a desigualdade social.

Para o IBGE, os subempregados são os que trabalham menos de 40 horas semanais e os que poderiam ter um emprego, mas estão desocupados por diversos motivos. Assim sendo, esse grupo chegou a 33,2 milhões de pessoas no primeiro trimestre de 2021.

4.  Desigualdade social, educação e o racismo

A educação também é um ponto-chave para entender a desigualdade social. Além da disparidade na qualidade, se compararmos as instituições de ensino públicas e privadas, podemos ver com clareza a questão do racismo em 2 pontos.

A desigualdade social nas apostilas

Segundo a BBC Brasil, mesmo com as mudanças nas Leis de Diretrizes e Bases de Educação Nacional (LDB), a figura do africano ainda fica em segundo plano. Isso porque, mesmo depois de quase 20 anos que as leis foram alteradas, os negros continuam sendo  vinculados apenas à escravidão.

Figuras como Luiz Gama, advogado autodidata, poeta e escritor negro, que lutou contra o racismo e recentemente ganhou uma série na televisão, ainda são deixadas de lado no ensino brasileiro. O modo como a escravidão é contada também gera conflitos. Isso porque, a Lei Áurea não deu nenhum suporte para os negros ao sairem do sistema escravocrata, 

Assim , vemos uma questão que está em tudo o que tratamos até agora: como vamos acabar com a desigualdade social em todos os seus pilares sem o amparo do sistema de ensino?

A desigualdade social e as universidades

Você pode pensar: “Peraí, com as leis de cotas raciais o número de negros nas universidades aumentou muito desde 2002”.

Sim, isso é verdade. Porém, temos outro ponto aqui para refletir. Em pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 36% dos jovens brancos entre 18 e 24 anos estavam se formando ou cursando sua graduação. Entretanto, entre pretos e pardos, esse número caiu para 18%.

Então, podemos ver que todos os meandros que envolvem a desigualdade social e o racismo estrutural ainda afetam a formação dos negros. Eles estão indo para a universidade, mas mais tarde. Na escada da equidade, eles continuam degraus abaixo.

 5. Desigualdade social e a concentração de renda 

Todos os fatores da sociedade que elencamos até aqui nos levam a um único ponto: concentração de renda. O Brasil é o 7º país mais desigual do mundo. Segundo dados do IBGE de 2018, a renda do grupo 1% mais rico da população é 72 vezes maior que o da mais pobre.

 ( Documentário Folha de São Paulo, 2019, pré-pandemia)

Além disso, o estudo aponta que 10% da população brasileira detêm 43% da massa de rendimentos do país. Ou seja, de cada R$ 10 que o Brasil produz, cerca de R$ 4 vão para apenas 1 entre 10 pessoas. Assim, 9 brasileiros tem que lutar para ficar com R$6. 

Nesses 90% da população, 25% vivem com uma renda de, no máximo, R$ 420 por mês. Dos que vivem nessas condições, 75% são negros e pardos. Os dados são de 2019, portanto, referente à crise de 2015, antes da pandemia.

Nosso foguete está na luta contra a desigualdade social

Portanto, é preciso mudar essa realidade que afeta milhares de pessoas todos os dias. É essencial trabalharmos num plano de desenvolvimento social para que a desigualdade pare de existir e corroborar para a miséria do país como um todo. Por fim, é urgente entendermos que enquanto a desigualdade estiver presente na vida de uma pessoa, automaticamente, ela estará na vida de todos. 

Para nos ajudar na construção desse plano de vida com uma existência digna, junte-se a nós. 

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thiago da costa oliveira redator da gerando falcões

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