Formação continuada: As emoções em sala de aula

 A formação continuada consiste em uma tese simples; porém, com muitas complexidades. Podemos dizer que ela é aquela velha história de que o profissional (no caso o professor) não pode parar nunca de se aperfeiçoar. Além disso,  deve sempre aprender continuamente com novas técnicas e insights.

“Os educadores precisam compreender que ajudar as pessoas a se tornarem pessoas é muito mais importante do que ajudá-las a tornarem-se matemáticas, poliglotas ou coisa que o valha.”(Carl Rogers)

Portanto, a formação continuada faz o profissional da educação ensinar de maneira prática, colocando, muitas vezes, o aluno como protagonista da aula. Na formação continuada, o professor tem, em conjunto com sua instituição de ensino, que criar uma base de aprendizados contínuos. Assim, através da formação continuada,  o professor tem que fazer com que seus métodos se aperfeiçoem, além de serem práticos e gerarem resultados significativos.

 

Então, se pensarmos bem, é um  processo fundamental para o mundo atual, onde vivemos em uma transformação social e tecnológica contínua. Além disso, os professores são treinados para trazer conhecimentos socioemocionais para seus alunos.  

Portanto,  estes processos fazem com que eles tenham capacidade para terem estrutura e inteligência emocional para lidar consigo mesmos em sociedade.

 

A HSE na formação continuada

Até pouco tempo atrás, a educação era pautada em um sistema conhecido como HS (Habilidade Social). Quer dizer: o professor tinha a responsabilidade de transmitir para o seu aluno conhecimentos da sociedade, além de como interagir com ela. 

formação continuada

Então, o professor de matemática tinha que ensinar a somar, o de português os mistérios da crase e o de geografia o porquê o Triângulo das Bermudas não é um fantasma. Além disso, tinha de falar que era feio falar palavrões, brigar com o colega de turma ou cuspir na janela da sala só para mostrar que está ali.

Porém, o processo de formação continuada trouxe um novo olhar para o professor. Nela, o aperfeiçoamento não está só no conteúdo de sua disciplina, mas, também, no seu conhecimento de HSE (Habilidades SocioEmocionais) e na melhor maneira de transmitir ele para os seus alunos.

Para isso, o professor tem que virar um perito em inteligência emocional. Assim, precisa desenvolver as habilidades primeiro nele para, depois, transmitir para os seus alunos no processo de formação continuada

Inteligência Emocional na formação continuada

Então, para entender este processo, primeiro precisamos conhecer a Inteligência Emocional e seu fundador,  o jornalista e psicólogo americano, Daniel Goleman.

Daniel Goleman: O avô da formação continuada

Em 1995, Daniel Goleman, professor, psicólogo, escritor e ex-jornalista do The New York Times, lançou o best-seller Inteligência Emocional. O livro vendeu mais de 5 milhões de cópias, além de ter tradução em 40 idiomas. Assim, trouxe para o debate global a importância da inteligência emocional.

Porém, é importante citar que antes de Goleman lançar seu livro, outros trabalhos já vinham sendo desenvolvidos na área. Como exemplo, podemos falar sobre os psicólogos Peter Salovey e Jhon D Mayer, que escreveram um artigo sobre como expressamos nossas emoções, em 1990. 

Contudo, é unânime que quem colocou o holofote do mundo para o termo foi Goleman que, antes do livro ser publicado, já colaborava com o método CASEL, precursor da formação continuada. 

 O método CASEL

Então, em 1994, o Instituto Fetzer convidou Daniel Goleman e mais 5 profissionais de diversas áreas para realizar estudos sobre a educação. Assim, foi formada a CASEL (Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning) com o objetivo de estabelecer a aprendizagem social e emocional de alta qualidade, baseada em evidências, fazendo nascer a formação continuada.

 

As 5 bases do método CASEL 

 A formação continua tem como parte de seus pilares, as  5 bases do método CASEL:

  1. Autoconhecimento: capacidade de reconhecermos nossas emoções, objetivos de vida e valores pessoais, além de nossos potenciais e limitações;
  2. Autogestão: as habilidades para gerenciar as emoções, pensamentos e comportamentos, de maneira efetiva, em diferentes situações e alcançar objetivos e aspirações;
  3. Consciência Social: as habilidades para entender as perspectivas de empatia com o próximo, incluindo aqueles de diversas origens, culturas e contextos;
  4. Relacionamento: as habilidades para estabelecer e manter relações saudáveis e solidárias e efetivamente navegar em configurações com diversos indivíduos e grupos;
  5. Tomada de decisões: as habilidades para fazer escolhas carinhosas e construtivas sobre o comportamento pessoal e interações sociais em diversas situações.

 

Formação continuada na  Gerando Falcões

O meio social, onde nossos jovens vivem, joga, todos os dias um vírus, dizendo que eles não são capazes. Nós rejeitamos esta ideia e, todos os dias, também, passamos o antivírus dizendo que, apesar de tudo, é possível.

É óbvio que, na Gerando Falcões, temos um desafio mais complexo para estabelecer uma formação continuada e socioemocional de qualidade. Sendo assim, além de sensibilizar e desenvolver tudo o que já falamos na cabeça dos alunos, temos uma pedra a mais no caminho: a desigualdade social.

 

Por isso, temos que lutar para que crianças/ jovens da periferia tenham a capacidade de serem educados emocionalmente em uma sociedade em que , muitas vezes, são discriminados.

Além da discriminação, temos que ter em mente que as crianças não tiveram a chance de desenvolver as HSE ou se perderam no caminho por uma série de motivos que conhecemos muito bem.

Mesmo assim, acreditamos que o jovem da favela deve ter a formação continuada, que ainda é quesito de luxo no Brasil. 

Então, gostou do nosso post?

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Formação continuada

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